"Ser educador é ser um poeta do amor. Educar é acreditar na vida e ter esperança no futuro. Educar é semear com sabedoria e colher com paciência." (Augusto Cury)
domingo, 29 de janeiro de 2012
A COMPLICADA ARTE DE VER
Rubem Alves
colunista da Folha de S.PauloEla entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões _é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto."
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales", de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver".
Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.
William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.
Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. "Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios", escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada "satori", a abertura do "terceiro olho". Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: "Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram".
Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, "seus olhos se abriram". Vinícius de Moraes adota o mesmo mote em "Operário em Construção": "De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa _garrafa, prato, facão_ era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção".
A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas _e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.
Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: "A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas".
Por isso _porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver_ eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar "olhos vagabundos"...
Rubem Alves, 71, educador, escritor. Livros novos para crianças e adultos-crianças: "Os Três Reis" (Loyola) e "Caindo na Real: Cinderela e Chapeuzinho Vermelho para o Tempo Atual" (Papirus).
Site: www.rubemalves.com.br
VOLTA ÀS AULAS 2012
Li este texto de Paula Dely e compartilho com vocês por ter um teor significativo que se encaixa ao contexto da volta às aulas.
“As aulas ainda nem começaram, e você já está de cabelo em pé só de pensar em ter de acordar cedo, nas provas que vêm pela frente e na marcação cerrada dos pais com relação a notas e horários?
Pois é, a volta às aulas pode ser motivo de felicidade, pois é hora de rever os amigos, contar as novidades, etc., mas sempre resta aquele sentimento de tristeza porque as férias acabaram.
Nada mais de festas todo fim de semana, encontros diários com amigos e poder dormir e acordar a hora que quiser. Você fica divagando sobre as férias que estão passando e, quando se dá conta, as aulas já começaram. Pode acontecer até mesmo de você não ter sequer arrumado o material escolar, comprado os cadernos ou de o quarto estar tão bagunçado que é impossível você achar o que procura. Enfim, a confusão está formada. Depois de alguns meses de descanso, é natural que você demore um pouco para voltar ao ritmo normal de estudo e fique disperso, desatento, irritado, meio “devagar” e fugindo da realidade, que é entrar no ritmo novamente.
Pois bem, quem sabe não é hora de mudar um pouquinho e tentar fazer dos últimos dias de descanso uma preparação para o ano que vem pela frente?
Organizar melhor o tempo de dever e estudo não é uma tarefa fácil e se torna ainda mais difícil quando regressamos de um período de relaxamento, em que até nosso corpo se adaptou a uma rotina diferente. Para que essa mudança seja menos sofrida, veja as seguintes dicas, que podem transformar a volta às aulas em um motivo de alegria para você começar o ano “com o pé direito”.
· . Não espere as aulas ganharem ritmo acelerado para se organizar. Comece, desde já, a mexer no material e a dar uma “espiadinha” nos conteúdos que vai aprender. Assim, você já entra no ritmo das aulas, e a mudança de rotina será mais suave.
· . Aprenda a administrar seu tempo para que consiga realizar tanto as atividades prazerosas quanto cumprir as obrigações relacionadas à escola. Isso não significa que você deve ficar “refém” do relógio e programar tudo o que vai fazer nas 24 horas de cada dia, mas, sim, que deve ajustar o tempo a seu favor.
· . Uma maneira de controlar o seu tempo é deixar de fazer tudo sob pressão e em cima da hora. A melhor saída é ir organizando-se aos poucos com relação a como estudar ao longo do ano: com calma e sem pressões, sem deixar para estudar na véspera das provas e ser obrigado a passar noites em claro para fazer aquilo que deveria vir fazendo há muito tempo.
· . Aprenda a organizar as tarefas. Você pode ter inúmeras coisas importantes para fazer, mas definir as urgências é muito útil. É fundamental ter noção de prioridades, ou seja, saber que, se não fizer determinada tarefa, poderá ter prejuízos muito grandes no futuro, os quais podem até impedir as atividades prazerosas.
· . Por fim, não esqueça de sempre deixar um tempo de seu dia para realizar as atividades de que gosta, como ver os amigos, falar ao telefone, assistir a um filme, ler um livro, etc., pois elas ajudam a dar estímulo para a realização de outras tarefas.
Seguindo essas dicas, o ano certamente vai correr bem, e vai sobrar tempo para o lazer e para aproveitar ao máximo e com tranquilidade tudo o que você planejou”.
Ler, pensar e escrever: A eterna insatisfação
Ler, pensar e escrever: A eterna insatisfação: Estes quadrinhos de Fábio Moon e Gabriel Bá (na Folha de S.Paulo de hoje) me fizeram sentir um animal devorador de livros. Acrescentaria: ...
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
CONCURSO PARA COORDENADORES PEDAGÓGICOS
PROCESSO SELETIVO INTERNO
COORDENADORES PEDAGÓGICOS
Lei complementar n. 87, de 31 de janeiro de 2000
Decreto n. 12.500 de 24 de janeiro de 2008
Processo Seletivo Interno a fim de compor Cadastro de Professores aptos para exercerem a função de Coordenadores Pedagógicos nas unidades de ensino da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul.
INSCRIÇÕES:
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS:
Número da matrícula, CPF, RG, Certificado de Graduação e Pós-Graduação para preenchimento da ficha de cadastramento que ocorrerá somente pela internet.
CONHECIMENTOS BÁSICOS:
CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS
- Tendências pedagógicas e orientações didáticas.
- Processo ensino e aprendizagem.
- Ação pedagógica por meio de projetos.
- Fundamentos da educação especial na perspectiva da educação inclusiva.
- Políticas públicas da educação especial na perspectiva da educação inclusiva.
- Avaliação como sistema.
- Acompanhamento e avaliação do desenvolvimento e aprendizagem dos alunos.
- Conceito de alfabetização como processo de apropriação de diferentes linguagens.
- História e funções sociais da escrita.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Planejamento.
- Plano de Aula.
- Projeto Político Pedagógico da unidade escolar.
- Rotina e função da coordenação pedagógica.
- Plano de ação do coordenador pedagógico (elementos necessários).
- Organização das rotinas do professor.
- Conteúdos e princípios da Proposta Curricular e os PCNs.
LEGISLAÇÕES EDUCACIONAIS
- Legislações Federais e Estaduais.
Fonte: Diário Oficial n. 8.096 de 26/12/2011 pp. 8-15
COLEGAS,
NO BLOG ESTAÇÃO DO APRENDER HÁ POSTAGENS DE PARTE DOS CONTEÚDOS PARA ESTUDOS.
ACESSE 0 LINK ABAIXO:
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
RECADO DA PROFª. ...!!!
Meus Queridos,
ATIVIDADE I – REFORMA ORTOGRÁFICA E TESTE LÍNGUA PORTUGUESA - REFORMA ORTOGRÁFICA (e-mail):
Recebi apenas as atividades de Língua Portuguesa sobre os temas acima que estavam identificadas, conforme combinamos (Nome dos alunos, Série e identificação título da atividade). As atividades identificadas mas enviadas em branco não foram consideradas.
COMENTÁRIOS DE VÍDEOS E POSTS:
Não foi possível permitir a publicação de todos os comentários devido a falta de identificação dos alunos ou por incoerência no tema.
Peço a vocês que na próxima estejam mais atentos.
Após avaliações e exames estarei postando os trabalhos desenvolvidos neste ano letivo.
Abraço... com muito carinho,
Profª. Rosângela
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
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