terça-feira, 31 de janeiro de 2012

TOSCO: UM TRABALHO DE MANEIRA DIFERENCIADA


Um projeto com adolescentes que envolve temas como: violência, bullying, drogas, realidade social, juventude, comportamento, relacionamento entre pais e filhos e entre aluno e professor. Sem dúvida um desafio. Pela primeira vez o livro Tosco será trabalhado em nossa escola e desenvolvido o projeto pelos professores de língua portuguesa. O projeto Tosco já foi adotado pela Rede Municipal de Campo Grande, sendo trabalhado em algumas Escolas Estaduais de MS por meio de um projeto paralelo da Polícia Militar.
Gilberto Mattje autor da obra relata em uma entrevista como surgiu a ideia para escrever o livro.

“Me inspirei em muitos Toscos, eles existem aos milhares”
Editora Alvorada: Além da obra “Tosco”, você tem outras publicações?
Gilberto Mattje: Tenho apenas publicações acadêmicas, as ditas científicas. Para este público é a primeira vez que escrevo.
E.A: Como surgiu a ideia de escrever o livro?
G.M: O livro nasceu da percepção da dificuldade em lidar com o tema da violência em suas diferentes formas com os jovens adolescentes. A maioria dos materiais paradidáticos que se propõe a abordar o tema, apenas fornecem informações, outros dão broncas ou conselhos. A ideia do livro “Tosco” é interagir com o adolescente de forma que este se identifique com a estória, se veja em algum dos personagens e consiga rever suas atitudes, especialmente aquelas que significam um boicote a própria felicidade.
E.A:Onde se inspirou para criar o “Tosco”?
G.M:Esta é uma pergunta recorrente. Me inspirei em muitos Toscos, eles existem aos milhares.
E.A:E como surgiu toda a estória?
G.M:Gosto de dizer que como psicólogo sou um "escutador" de histórias. Então, de posse de muitos relatos, os trabalhei e integrei a um único personagem.
E.A:Qual era sua expectativa? Imagina que as crianças e os adolescentes iriam se envolver tanto com o livro e que os resultados obtidos nas escolas fossem de fato satisfatórios?
G.M:Claro que sempre se tem uma certa expectativa quando se faz um trabalho, ainda mais quando é tão minucioso e que sabidamente vai passar pelo crivo de pessoas que tem uma expertise em educação. Mas os depoimentos e as pesquisas têm mostrado que ele superou e muito a proposta inicial.
E.A:E qual era a proposta inicial?
G.M:Fazermos um livro paradidático que pudesse servir de instrumento didático-pedagógico no enfrentamento das diversas formas de violência manifestas na escola. O objetivo é atingido paulatinamente dentro de um processo. Penso que cada aluno que lê o livro e consegue se ver, mesmo que minimamente, este objetivo já foi alcançado, já houve uma redução de danos. E temos depoimentos maravilhosos, então já valeu à pena.
E.A:Para finalizar, conte sobre seu trabalho como psicólogo e sobre a influência que ele teve no processo de elaboração do livro.
G.M:Atendo como psicólogo clínico, e é onde consigo estar em contato mais profundo com os conflitos humanos e compreender as psicodinâmicas causadoras de sofrimento e as soluções subjetivas encontradas por cada um. Sou um apaixonado pelo que faço. Aliás, só consigo trabalhar com envolvimento. Gosto de uma fala de Bion, que diz que só acontece transformação quando há uma vivência emocional compartilhada. Acredito nisso, e tanto como professor como psicólogo faço o que faço com paixão.
Karine Dias
Assessora de Comunicação - Editora Alvorada

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