Links que poderão auxiliar para compreensão do Projeto Tosco:
http://toscoemacao.blogspot.com/
http://youtu.be/yC-yNpwazjQ
http://www.youblisher.com/p/210269-Livro-Tosco-8B/
"Ser educador é ser um poeta do amor. Educar é acreditar na vida e ter esperança no futuro. Educar é semear com sabedoria e colher com paciência." (Augusto Cury)
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
TOSCO: UM TRABALHO DE MANEIRA DIFERENCIADA
Um projeto com adolescentes que envolve temas como: violência, bullying, drogas, realidade social, juventude, comportamento, relacionamento entre pais e filhos e entre aluno e professor. Sem dúvida um desafio. Pela primeira vez o livro Tosco será trabalhado em nossa escola e desenvolvido o projeto pelos professores de língua portuguesa. O projeto Tosco já foi adotado pela Rede Municipal de Campo Grande, sendo trabalhado em algumas Escolas Estaduais de MS por meio de um projeto paralelo da Polícia Militar.
Gilberto Mattje autor da obra relata em uma entrevista como surgiu a ideia para escrever o livro.
“Me inspirei em muitos Toscos, eles existem aos milhares”
Editora Alvorada: Além da obra “Tosco”, você tem outras publicações?
Gilberto Mattje: Tenho apenas publicações acadêmicas, as ditas científicas. Para este público é a primeira vez que escrevo.
E.A: Como surgiu a ideia de escrever o livro?
G.M: O livro nasceu da percepção da dificuldade em lidar com o tema da violência em suas diferentes formas com os jovens adolescentes. A maioria dos materiais paradidáticos que se propõe a abordar o tema, apenas fornecem informações, outros dão broncas ou conselhos. A ideia do livro “Tosco” é interagir com o adolescente de forma que este se identifique com a estória, se veja em algum dos personagens e consiga rever suas atitudes, especialmente aquelas que significam um boicote a própria felicidade.
E.A:Onde se inspirou para criar o “Tosco”?
G.M:Esta é uma pergunta recorrente. Me inspirei em muitos Toscos, eles existem aos milhares.
E.A:E como surgiu toda a estória?
G.M:Gosto de dizer que como psicólogo sou um "escutador" de histórias. Então, de posse de muitos relatos, os trabalhei e integrei a um único personagem.
E.A:Qual era sua expectativa? Imagina que as crianças e os adolescentes iriam se envolver tanto com o livro e que os resultados obtidos nas escolas fossem de fato satisfatórios?
G.M:Claro que sempre se tem uma certa expectativa quando se faz um trabalho, ainda mais quando é tão minucioso e que sabidamente vai passar pelo crivo de pessoas que tem uma expertise em educação. Mas os depoimentos e as pesquisas têm mostrado que ele superou e muito a proposta inicial.
E.A:E qual era a proposta inicial?
G.M:Fazermos um livro paradidático que pudesse servir de instrumento didático-pedagógico no enfrentamento das diversas formas de violência manifestas na escola. O objetivo é atingido paulatinamente dentro de um processo. Penso que cada aluno que lê o livro e consegue se ver, mesmo que minimamente, este objetivo já foi alcançado, já houve uma redução de danos. E temos depoimentos maravilhosos, então já valeu à pena.
E.A:Para finalizar, conte sobre seu trabalho como psicólogo e sobre a influência que ele teve no processo de elaboração do livro.
G.M:Atendo como psicólogo clínico, e é onde consigo estar em contato mais profundo com os conflitos humanos e compreender as psicodinâmicas causadoras de sofrimento e as soluções subjetivas encontradas por cada um. Sou um apaixonado pelo que faço. Aliás, só consigo trabalhar com envolvimento. Gosto de uma fala de Bion, que diz que só acontece transformação quando há uma vivência emocional compartilhada. Acredito nisso, e tanto como professor como psicólogo faço o que faço com paixão.
Karine Dias
Assessora de Comunicação - Editora Alvorada
domingo, 29 de janeiro de 2012
ORAÇÃO DA ESCOLA - GABRIEL CHALITA
Ela tem muitos defeitos. Como todas as escolas têm. Ela tem problemas, e sempre terá. Quando alguns são solucionados, surgem outros, e a cada dia aparece uma nova preocupação.
Neste espaço sagrado, convivem pessoas muito diferentes. Os estudantes vêm de famílias diversas e carregam com eles sonhos e traumas próprios. Alguns são mais fechados. Outros gostam de aparecer. Todos são carentes. Carecem de atenção, de cuidado, de ternura.
Os professores são também diferentes. Há alguns bem jovens. Outros mais velhos. Falam coisas diferentes. Olham o mundo cada um à sua maneira. Alguns sabem o poder que têm. Outros parecem não se preocupar com isso. Não sabem que são líderes. São referenciais. Ou deveriam ser.
Funcionários. Pessoas tão queridas, que ouvem nossas lamentações. E que cuidam de nós. Estamos juntos todos os dias. Há dias mais quentes e outros mais frios. Há dias mais tranquilos e outros mais tumultuados. Há dias mais felizes e outros mais dolorosos. Mas estamos juntos.
E o que há de mais lindo em minha escola é que ela é acolhedora. É como se fosse uma grande mãe que nos abraçasse para nos liberar somente no dia em que estivéssemos preparados para voar. É isso. Ela nos ensina nossa vocação. O vôo. Nascemos para voar, mas precisamos saber disso. E precisamos, ainda, de um impulso que nos lance para esse elevado destino.
Não precisamos de uma escola que nos traga todas as informações. O mundo já cumpre esse papel. Não precisamos de uma escola que nos transforme em máquinas, todas iguais. Não. Seria um crime reduzir o gigante que reside em nosso interior. Seria um crime esperar que o vôo fosse sempre do mesmo tamanho, da mesma velocidade ou na mesma altura.
Minha escola é acolhedora. Nela vou permitindo que a semente se transforme em planta, em flor. Ou permitindo que a lagarta venha a se tornar borboleta. E sei que para isso não preciso de pressa. Se quiserem ajudar a lagarta a sair do casulo, talvez ela nunca tenha a chance de voar. Pode ser que ela ainda não esteja pronta.
Minha escola é acolhedora. Sei que não apreenderei tudo aqui. A vida é um constante aprendizado. Mas sei também que aqui sou feliz. Conheço cada canto desse espaço. As cores da parede. Os quadros. A quadra. A sala do diretor. A secretaria. A biblioteca. Já mudei de sala muitas vezes. Fui crescendo aqui. Conheço tudo. Passo tanto tempo neste lugar. Mas conheço mais. Conheço as pessoas. E cada uma delas se fez importante na minha vida. Na nossa vida.
E, nessa oração, eu Te peço, Senhor, por todos nós que aqui convivemos. Por esse espaço sagrado em que vamos nascendo a cada dia. Nascimento: a linda lição de Sócrates sobre a função de sua mãe, parteira. A parteira que não faz a criança porque ela já está pronta. A parteira que apenas ajuda a criança a vir ao mundo. E faz isso tantas vezes. E em todas às vezes fica feliz, porque cada nova vida é única e merece todo o cuidado.
Obrigado, Senhor, pela minha escola! Por tudo o que de nós nasceu e nasce nesse espaço. Aqui, posso Te dizer que sou feliz. E isso é o mais importante. Amém!
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