Os
textos opinativos argumentativos podem ser estruturados de inúmeras maneiras,
podem ser curtos ou extensos, divididos em muitos poucos parágrafos. Podem até
mesmo ser irônicos ou bem-humorados e nada impede que apresentem linguagem
figurada. Mas existem certas convenções que podem ajudar no estudo e na
elaboração de textos opinativos argumentativos, especialmente na modalidade que
mais frequentemente interessa ao estudante de Ensino Médio: a dissertação.
No
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e em muitos vestibulares para
universidades, as provas de redação propõem que o candidato redija uma
dissertação. Essas provas de redação pressupõem que os candidatos sejam capazes
de analisar um tema, manifestando com clareza um ponto de vista sustentado por
argumentos coerentes e consistentes. Normalmente o tempo de realização da prova
e o espaço oferecido para a redação requerem um texto razoavelmente curto, 30 e
50 linhas. Ou seja: é preciso dizer o máximo em pouco espaço.
Para
que obtenha um bom resultado nessas circunstâncias, o texto dissertativo deve
ser bem estruturado e é por isso que se recomenda que a redação siga, em linhas
gerais, um esquema, dividido em três partes:
INTRODUÇÃO – 1°.
parágrafo : Apresentação do tema e da tese.
DESENVOLVIMENTO – 2°. ou 3°.
Parágrafos centrais: Comprovação da tese por meio de comentários e
análises sustentados por dados estatísticos, exemplos, informações históricas,
geográficas e científicas.
CONCLUSÃO – último parágrafo:
Finalização da discussão, de modo a sintetizar os aspectos discutidos e
reafirmar a tese. Dependendo do tema, é possível que na conclusão se anunciem
propostas de ação convincentes.
Essa
não é uma receita, mas um caminho para que se organize o raciocínio. O pior que
se pode imaginar é que a dissertação seja um texto “quadrado”, que não permita
o exercício da imaginação e não exija capacidade de criar. O que ocorre é que a
criatividade na dissertação se manifesta no trabalho de pensar o tema, bolar uma
tese atraente e expor o raciocínio interessante, compreensível e convincente.
Isso depende de muita informação e de uma boa dose de inventividade para
selecionar e organizar os argumentos.
TORRALVO,
I. F. & MINCHILLO, C.A.C. Linguagem em movimento. V. 3. São Paulo: FTD, 2010.
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