segunda-feira, 31 de outubro de 2011

REFORMA ORTOGRÁFICA

Muito se falou e se fala sobre a nova reforma na língua portuguesa. Alguns são a favor, mas pelo que se vê, a maioria é contra. Há uma crise pessoal diante da mudança ortográfica: como escrever e ler de forma diferente? Como aprender algo que já tenho como certo e que agora está errado? Como ensinar a falar se a pronúncia está diferente?

Alguns desses pensamentos sobre o acordo ortográfico estão equivocados, principalmente o da última pergunta! É importante saber que o modo como as palavras são pronunciadas continua da mesma maneira, bem como o vocabulário e a sintaxe (a organização dos termos na oração).

A respeito do tempo para saber o que é certo e errado com a nova lei, foi assinado, em 29/09/08 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um decreto que estabelece algumas normas durante o período de transitoriedade para a nova grafia, o qual iniciou-se em 1º de janeiro de 2009 e vai até 31 de dezembro de 2012. Durante este tempo, conviverão as ortografias anterior e prevista.

Este decreto de nº 6583 contou com a participação daqueles que entraram em contato até setembro/08 com o Ministério da Educação através de um e-mail disponibilizado no site deste órgão federal. Por meio deste contato, qualquer cidadão poderia dar sugestões para serem incorporadas no decreto de transição e também esclarecer dúvidas sobre a nova lei na ortografia.

A reforma ortográfica era para entrar em vigor desde 1990, no entanto, somente três países tinham assinado o protocolo modificativo do Acordo Ortográfico: Brasil, Cabo Verde e Portugal. Em julho de 2004 houve uma ratificação do mesmo que regulamentou a concordância de apenas três países quanto à reforma ortográfica para que a mesma pudesse vigorar.

De acordo com o Ministério da Educação, o acordo ortográfico visa simplificar e aprimorar a língua em todos os países da comunidade lusitana. Além disso, o governo poderá reforçar acordos de cooperação entre os países que falam português, como ampliar o acordo de ensino com o Timor Leste, por exemplo.

Segundo o ministro da educação Fernando Haddad, os livros didáticos serão substituídos por outros atualizados com as novas regras ortográficas. A pretensão é de que em 2010 os alunos de 1º a 5º ano estejam com os novos materiais didáticos, seguidos do 6º ao 9º ano em 2011 e o ensino médio em 2012.

Todo processo de mudança exige adaptação e há fatores positivos e negativos. Porém, este acordo, com certeza, trará a unificação da CLP (Comunidade de países de Língua Portuguesa) e, portanto, mais união. A cultura será valorizada por meio de novas bibliografias lusitanas que agora poderão ser utilizadas, por exemplo.

Devemos pensar a reforma por um lado positivo, do sentido de unidade e cooperação que ela traz. Não estamos nos privando de nosso dialeto, ao contrário, estamos nos aproximando de nossos irmãos de língua e excluindo as barreiras culturais existentes entre os países que têm o português como idioma oficial, os quais não são poucos: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal.

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Após várias tentativas de se unificar a ortografia da língua portuguesa, a partir de 1º de janeiro de 2009 passou a vigorar no Brasil e em todos os países da CLP (Comunidade de países de Língua Portuguesa) o período de transição para as novas regras ortográficas que se finaliza em 31 de dezembro de 2012.

Algumas modificações foram feitas no sentido de promover a união e proximidade dos países que têm o português como língua oficial: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal.

No entanto, não é necessário que haja aversão às alterações, pois são simples e fáceis de serem apreendidas! Além disso, há um prazo de adaptação que dá calmaria a todo processo de mudança!

A ABL (Academia Brasileira de Letras) dispõe de um link para quem tiver dúvidas sobre o acordo, é só acessar www.academia.org.br e procurar o serviço “ABL Responde” à direita na página. No entanto, não há prazo para que as repostas sejam enviadas, já que cada pergunta passará por análise da comissão de lexicografia e lexicologia.

O Alfabeto Brasileiro e as 26 Letras!

Finalmente, deu-se um basta na indiferença! Os estrangeiros K, W e Y são oficializados cidadãos brasileiros através de nossa língua!

Mas quem disse que eles já não faziam parte do idioma há muito tempo? Afinal, o impetuoso latim já mantinha certas relações, apesar de nada cordiais, com o discreto grego. Apesar disso, a língua que deu origem ao inglês, alemão e francês conseguiu infiltrar-se no Ocidente. Mas, enfim, a soberania latina não concedeu mais espaço à grafia advinda desta outra língua-mãe, até agora!

Então, ker dizer ky agora poderemos escrever com “c” ou “q” ou “k” que será a mesma coisa ow então “i’ e “y” ow “u” e “w”? Definitivamente, não!

Na verdade, as três letras estão oficialmente em nosso alfabeto, mas restritas ao uso nos casos que existem atualmente:

• Em nomes próprios de pessoas e derivados: Franklin, Kant, byroniano, Taylor, etc.

• Em símbolos, abreviaturas, siglas e em palavras que foram adotadas como unidades de medida internacionais: km (quilômetro), K (potássio), W (watt), kW (kilowatt), www (world wide web).

Quanto às palavras estrangeiras já incorporadas no nosso idioma, como: show, download, sexy, shampoo, lan house, etc., o novo acordo não deixa nada especificado, contudo, é bom verificar no dicionário se tais termos foram normatizados na língua. Por exemplo: a palavra “shampoo” já possui correspondente brasileira “xampu”, agora, o vocábulo “show” encontra-se nessa mesma grafia e significa espetáculo de teatro, música.

Seria muita hipocrisia ter estampado nas propagandas em placas, quer dizer, outdoors e nas televisivas, em nomes de salões de beleza, “Beauty hair”, ou de lojas de materiais para carro, “Car express” e não darmos as boas-vindas ao nosso estrangeirismo! Não vamos mais torcer o nariz para o k, w e y! Ora, eles não têm culpa de sermos tão hospitaleiros, afinal, não incorporamos só letras em nossa linguagem, mas palavras inteiras!

Por isso, sejam muito bem-vindos Mister K, Mr. W e Mr. Y! E vamos “dar um off” nesse assunto!

Trema – é hora de partir!

Sim, podemos dizer adeus ao trema! Este é totalmente suprimido de palavras portuguesas, bem como das aportuguesadas.

Lembremo-nos sempre de que o trema não é um acento e sim um sinal gráfico, apesar de estar na sequência da acentuação no acordo ortográfico. Este sinal é chamado de diérese, que significa a separação de duas vogais adjacentes em sílabas diferentes.

Assim sendo, palavras que normalmente eram grafadas com o trema, como: lingüiça, tranqüilo, lingüística, bilíngüe, freqüentar, cinqüenta, agüenta, etc. não possuem mais o trema.

Essa nova regra justificou-se no fato de que há ditongos na língua que não precisam do trema para indicar a quem lê o fato do “u” ter que ser pronunciado ou não, como em: língua e quente. No primeiro caso, sabe-se que o “u” deve ser pronunciado e no segundo não. Este fato não tem a ver com grafia e sim com fonética, ou seja, com o modo de dizer e não com o de escrever, tornando o trema desnecessário. Assim, por que continuaríamos sinalizando lingüiça, por exemplo?

A supressão deste sinal afeta diretamente o Brasil, uma vez que os outros países que tem o português como idioma oficial não o utilizam.

Abaixo o trema, viva a independência do ditongo!

Uma observação a se fazer, como nos foi sugerido, é que o trema continua apenas em nomes próprios e seus derivados: Müller, mülleriano, Bündchen, Hübner, hübneriano, e assim por diante.

O hífen

O hífen, aquele tracinho tão comum nos nossos textos, não é um acento, mas sim um sinal diacrítico, ou seja, utilizado sobre/entre algumas letras/palavras para alterar a pronúncia ou o resultado fonético.

O uso do hífen sofreu algumas alterações, a fim de minimizar o problema de algumas pessoas que o têm como um dos motivos para pesadelo na hora de escrever: coloco ou não coloco o bendito tracinho?

Não se apavore, afinal, o novo acordo quis simplificar o uso, tornando-o, de certa forma, mais prático

Hífen – 0 que mudou?

Não se emprega o hífen:

1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se em r ou s. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antirreligioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia, microrradiografia, etc.

2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoescola, infraestrutura, etc.

3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos des- e in- e o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, inábil, desabilitar, etc.

4. Nas formações com o prefixo co-, mesmo quando o segundo elemento começar com o: cooperação, coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.

5. Em certas palavras que com o uso adquiriram noção de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedista, etc.

6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfeito, benquerer, benquerido, etc.

Emprega-se o hífen:

1. Nas formações em que o prefixo tem como segundo termo uma palavra iniciada por h: sub-hepático, eletro-higrómetro, geo-história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, super-homem.

2. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina na mesma vogal do segundo elemento: micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.

Obs: O hífen é suprimido quando para formar outros termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.

Hífen - O que permanece igual?

Para não gerar dúvidas, vejamos os casos mais comuns do uso do hífen que continua o mesmo depois da reforma ortográfica:

1. Em palavras compostas por justaposição que formam uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem para formam um novo significado: tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, azul-escuro.

2. Em palavras compostas por espécies botânicas e zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, eva-do-chá, abóbora-menina, erva-doce, feijão-verde.

3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-casado, aquém-fiar, etc.

4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algumas exceções continuam por já estarem consagradas pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará.

5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, Alsácia-Lorena, etc.

6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super- quando associados com outro termo que é iniciado por r: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc.

7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.

8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.

9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abraça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.

Acento Agudo

Antes de explicitar o que muda no acento agudo, vamos ratificar duas significações: ditongo e hiato. O primeiro é o encontro de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa, sendo estas pronunciadas na mesma sílaba. Já o segundo é a sequência de vogais pertencentes a sílabas diferentes.

O acento agudo deixa de existir em alguns poucos casos, vejamos:

• Paroxítonas:

1. Nas palavras paroxítonas, ou seja, nos vocábulos cuja tonicidade recai na penúltima sílaba, os ditongos abertos ei e oi que eram acentuados, não são mais. Este fato é justificado na existência de oscilação entre a abertura e fechamento na articulação destas palavras. Assim, alguns termos que hoje se escreve de um jeito, tomam novos formatos ortográficos, como: assembleia, ideia, jiboia, proteico, heroico, etc. Já outros, continuam como são: cadeia, cheia, apoio, baleia, dezoito, etc.

Porém, o acento agudo permanece nas oxítonas (vocábulos cuja tonicidade incide na última sílaba) e nos monossílabos tônicos com ditongos abertos –éi, -éu ou oi, seguidos ou não de –s: papéis, herói, remói, anéis, ilhéus, chapéu, etc.

2. Nas palavras paroxítonas com hiatos formados com i e u, sendo que a vogal anterior a estas faz parte de um ditongo, ou seja, quando são precedidas de ditongo. Dessa forma: feiúra passa a ser feiura, baiúca passa a ser baiuca.

Entretanto, as vogais i e u, oxítonas ou paroxítonas, continuam a ser acentuadas se a vogal que antecede estas não formar ditongo: saída, cafeína, egoísmo, baía, ciúme, recaída, sanduíche, Piauí, etc.

3. Nos verbos em que o acento tônico incide na raiz, com as consoantes g ou q precedendo a vogal tônica u. É o caso de: arguir e redarguir: arguo, arguis, argui, arguem, e assim por diante.

Acento circunflexo - O que muda

A respeito do acento circunflexo, algumas regras mudaram. Vejamos:

1. Não existe mais acento circunflexo nas formas verbais paroxítonas que possuem o “e” tônico fechado em hiato na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo. Isso ocorre com os verbos: crer, dar, ler, ver e seus derivados, como: prever, reler, descrer, etc.

Assim, o certo era: crêem, dêem, lêem, vêem, relêem, prevêem.

Agora, fica: creem, deem, leem, veem, releem, preveem.

Importante: A acentuação dos verbos ter e vir e seus derivados não modifica: eles têm, eles vêm.

2. De igual modo, o acento circunflexo deixa de existir na vogal tônica “o” de palavras paroxítonas, assim como: enjoo, povoo, voo, abençoo, perdoo.

3. O acento circunflexo ou agudo será aceito em palavras proparoxítonas, cujas vogais tônicas sejam “e” ou “o” no final de sílaba e seguidas nas consoantes nasais “m” e “n”, conforme a pronúncia na norma culta.

Por exemplo: a palavra fenômeno/fenómeno tem a vogal tônica “o” que termina a segunda sílaba “no” (fe –no- me- no), a qual é seguida da consoante nasal “m” (me), assim esse vocábulo poderá vir grafado ou com acento circunflexo ou com agudo, dependendo da língua culta. Dessa maneira, no Brasil a pronúncia culta é feita com timbre fechado e, portanto, é mais certo que acentuemos tal palavra com circunflexo: fenômeno.

De acordo com essa regra acima, também podemos apontar: acadêmico/académico, gênero/género, tônico/tónico, blasfêmia/blasfémia, fêmea/ fémea, anatômico/anatómico, gênio/génio, tênue/ténue, cômodo/cómodo, Amazônia/Amazónia.

Acento circunflexo – o que não muda

Para que não haja maiores preocupações, veja o que não mudou em relação ao acento circunflexo:

1. As palavras oxítonas terminadas com vogais tônicas “e” e “o” fechadas, seguidas ou não de “s” continuam sendo acentuadas: dê, dês (do verbo dar), lê, lês (do verbo ler), português, você(s), pôs (do verbo pôr), avô.

2. As formas verbais oxítonas conjugadas com os pronomes clíticos (la(s), lo(s)), terminam nas vogais tônicas fechadas (e, o) e continuam recebendo acento gráfico, após a perda das consoantes finais –r, -s ou –z: detê-lo (do verbo deter), fazê-la (do verbo fazer), vê-la (do verbo ver), fê-lo (do verbo fazer).

3. Continuam sem acento de distinção as palavras de mesma grafia: colher (ê), verbo e colher (é), substantivo; cor (ô), substantivo e cor (ó) da locução “de cor”: Sei isso de cor!

Além destes, há ainda: acerto (ê), substantivo e acerto (é), flexão do verbo “acertar”; acordo (ô), substantivo e acordo (ó), flexão do verbo “acordar”; piloto (ô), substantivo e piloto (ó), flexão do verbo pilotar e assim por diante.

Importante: A forma verbal pôr permanece acentuada para distinguir da preposição por. Assim também acontece com pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo) para se diferenciar de pode (presente do indicativo).

4. No caso dos verbos ter e vir a acentuação não muda no plural: elas têm, eles vêm. No caso de seus derivados, acontece o mesmo, só que neste caso o acento aguda prevalece nas palavras com mais de uma sílaba no singular: ela detém, ele retém, ela entretém, ele detém.

Acento grave – o emprego da crase

Para alguns é uma notícia boa, mas para muitos é péssima: o emprego da crase continua o mesmo!

Para aqueles que se entristeceram com a informação, pense pelo lado positivo: se nada mudou, quer dizer que tudo que você já aprendeu – que não foi nada fácil - sobre a crase, permanece igual! Não será necessário passar por todo processo de aquisição de novas regras e renovação do que já está intrínseco!

Assim, recapitulemos: o acento grave é usado na contração da preposição “a” com a forma feminina do artigo ou pronome demonstrativo “a”: à, às. Desse mesmo modo acontece com a preposição “a” e os pronomes demonstrativos: aquele(s), aquela(s), aquilo: àquele(s), àquela(s), àquilo.

Agora, é só continuar com o que aprendeu sobre o acento grave (crase), mas ficar atento ao que mudou com as novas regras ortográficas!

O “h”

Muito tem se falado sobre o “h”, que este sumiu definitivamente de algumas palavras. Bom, de acordo com o acordo ortográfico não se sabe que o “h” desapareceu assim sem deixar vestígios.

Em Portugal, a palavra “húmido” recebia o “h” que, neste caso, foi suprimido. Mas, até então, é o único caso constatado, o qual não afeta diretamente a língua escrita no Brasil.

O h mantém-se por etimologia nos casos que conhecemos: hoje, homem, humor, hora, haver, hélice, bem como nas adoções convencionais: hã?, hem?, hum!. Da mesma forma acontece com a supressão já consagrada: erva, ao invés de herva e também das interjeições: ah!, oh!.

Nos casos de aglutinação, o “h” é englobado no seu precedente e desaparece: desumano, inábil, lobisomem, reabilitar, reaver.

Vale lembrar que nos casos de palavra composta o hífen é empregado quando o segundo termo começa com “h”: pré-história, anti-higiênico, contra-haste, etc.

Assim, nosso “som mudo” continua marcando presença, mesmo que caladinho no cantinho dele!

Considerações Gerais

Depois de muito chorar após a notícia das mudanças ortográficas, os brasileiros podem confortar-se diante do fato de que nossos irmãos de língua, os portugueses, estão passando por agruras ou “agrrrurash” muito maiores.

Como assim: nos contentar porque nossos ex-compatriotas estão em problemas não é falta de cordialismo e solidariedade? Bom, nesta situação, está mais para não reclamar do seu problema antes de olhar a condição da pessoa do seu lado ou, neste caso, da do outro lado do oceano. Isso sim, seria falta de compaixão!

Bom, vejamos, além da eliminação do “h” nas palavras “húmido” e “herva”, os lusófonos deverão desaparecer com o “c” e “p” mudos, ou seja, não pronunciados nas palavras. Sim, os que nunca se pronunciam não tem vez nem no idioma!

Assim, a acção de mudar vai ter que ser colectiva, mas creio que não menos aflicta, pois nem toda mudança é assim tão exacta e imediata! Então, creio que nossos irmãos portugueses vão, primeiramente, baptizar as novas regras e, depois, torcer para que os directores de toda essa agitação não mudem mais nada!

Nessas circunstâncias, sobrou para Portugal!


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