quarta-feira, 18 de maio de 2011

A "síndrome do desrespeito" e a educação


Sou do tempo que quando o professor entrava na sala de aula, todos levantavam, não por imposição, mas por respeito ao nosso mestre, que estava ali para nos ensinar. Respeitava os idosos, não por serem “mais velhos”, mas porque aprendi que educação e respeito não tira pedaço de ninguém.

Quando jovem aprendi algumas “regras de convivência” que me serviram de guia para o resto de minha vida. Orientações, e não imposições, como alguns podem até pensar. Regras que me ensinaram a entender muito bem que “autoridade” não é “autoritarismo”, que “respeito” não pode ser uma “imposição”, e tantas outras coisas que me ajudaram a conviver numa sociedade plural e democrática.

Mas por ser plural e democrática, ela não pode se tornar algo irracional, onde cada um faz o que quer sem respeitar a nada e a ninguém, onde o desrespeito vira regra.

Educação é um processo amplo adquirido na família, na comunidade e na própria escola. Ela vem de casa, da família, de nossos pais, parentes e amigos que se preocupam em nos dar o melhor. Desde a maneira de se portar em diversas ocasiões até a de conviver com outras pessoas sabendo respeitar a tudo e a todos.

Não é novidade dizer que nossa sociedade está doente, passando por uma “síndrome do desrespeito” surgida pela falta de atenção que demos à educação de nossos filhos.

O ensino é diferente de educação. O ensino é a cultura adquirida nas escolas, mas apenas nos oferece conhecer melhor o mundo. Nas escolas não se aprende a ser educado como nossos pais deveriam nos ensinar.

Pode até existir uma confusão entre educação e ensino, mas o papel dos pais jamais deverá ser substituído pelos professores, que até tentam ajudar neste quesito quando os pais falham, e como falham.

Educação não depende de condição social, de ser rico ou pobre, de ser PHD em alguma coisa ou possuir só o primeiro grau. Educação vem literalmente do “berço”, da formação primordial para que possamos conviver em sociedade.

Educação também não depende da faixa etária, pois tenho visto jovens muito mais gentis e educados do que adultos muito mais agressivos. Pequenos gestos, pequenas ações, demonstram a diferença entre um e outro indivíduo.

Por sorte, tive uma família que me ajudou a compreender e respeitar as diferenças de um mundo plural. Uma família que nunca discriminou outras culturas, crenças e “status social”. Lembre-se: gentileza gera gentileza.

por Ricardo Orlandini

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